Neste ano alguns crimes chocaram a população e o sentimento de impunidade continua em boa parte deles. No entanto, existem casos que já passaram por um julgamento e os apontados como responsáveis cumprem as penas estabelecidas pela Justiça, como o do jogador Janken Ferraz, que foi condenado a 22 anos de prisão por matar a mulher. Em outros, como o assassinato da juíza Patrícia Acioli, as audiências já foram feitas e os acusados pelo crime seguem presos, no aguardo de um parecer final.
Também tivemos crimes que só a Justiça divina poderá julgar, como o ataque dentro de uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, quando 13 morreram, incluindo o atirador Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, e o caso do aluno de 10 anos que atirou contra uma professora e depois se matou na Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão, em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo.
Confira abaixo uma lista dos 10 crimes que ocorreram neste ano, ou em anteriores, e que já tiveram algum desdobramento no âmbito judicial:
1º Caso Lavínia
Jadson Marques/AE
Para se vingar do ex-amante, Luciene Reis Santana, 30 anos, confessou ter matado a menina Lavínia, 6 anos, com um cadarço de tênis, após sequestrá-la. Lavínia foi levada da casa dos pais na madrugada do dia 28 de janeiro deste ano e seu corpo foi encontrado no dia 2 de março, embaixo de uma cama em um motel em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
A 4ª Vara Criminal de Duque de Caxias decretou a prisão preventiva de Luciene e até agora ela segue presa, no aguardo do julgamento do crime.
2º Caso Realengo
Arquivo Pessoal
Treze pessoas morreram e outras 12 ficaram feridas na Escola Municipal Tasso da Silveira, no bairro de Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, no dia 7 de abril, após Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, invadir o local e disparar contra mais de 20 alunos. Após efetuar os tiros, ele, que era ex-aluno da instituição, se matou quando era perseguido por policiais.
O jovem deixou cartas e vídeos em que mostrava o planejamento do ataque e afirmava que agiu em nome dos que sofrem maus tratos e humilhação. As câmeras da escola flagaram toda a ação do atirador e as imagens chocantes percorreram o Brasil e o mundo.
3º Caso Patrícia
Mauro Pimentel/Futura Press
A juíza Patrícia Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, foi morta com vários tiros em Piratininga, no município de Niterói, em 12 de agosto. O crime aconteceu quando ela se aproximava da entrada do condomínio onde morava, no bairro Timbau. Apontado como o mandante do assassinato, o tenente-coronel Cláudio Luiz Oliveira foi preso. Além dele, outros cinco policiais que trabalhavam com o ex-comandante na mesma unidade também tiveram as prisões decretadas.
A Justiça já analisa o caso e após cinco dias de sessões no Fórum de Niterói o juiz Peterson Barroso Simão decidiu encerrar as audiências e agora aguarda as alegações finais para dar a sentença. O ex-comandante do Batalhão de São Gonçalo negou envolvimento no assassinato da magistrada.
Patrícia Acioli era conhecida por condenar policiais militares envolvidos em assassinatos e outros crimes, como associação a milícias (organizações que reúnem policiais da ativa, ex-policiais e criminosos comuns).
4º Crime em escola
JB Neto/AE
Um aluno de 10 anos atirou contra uma professora e depois se matou na Escola Municipal Professora Alcina Dantas Feijão em São Caetano do Sul, na Grande São Paulo, no dia 22 de setembro. De acordo com testemunhas, o menor D.M.N., que cursava o 4º ano, atirou na professora Rosileide Queiros de Oliveira, 38, dentro da sala de aula, onde estavam outros 25 alunos. Em seguida, ele se retirou da sala e disparou um tiro na própria cabeça.
O pai do menino era o dono da arma usada e ele foi interrogado pela polícia. Na ocasião,cogitou-se que ele seria indiciado por negligência, mas o caso acabou arquivado.
5º Caso Dorothy Stang
Divulgação
A Justiça negou no dia 11 de novembro o pedido de liberdade do fazendeiro Regivaldo Pereira Galvão, condenado a 30 anos de reclusão pelo assassinato da missionária Dorothy Stang, em 2005, em Anapu, no Pará. Segundo desembargador Adilson Macabu, o pedido não preencheu os requisitos necessários para atendê-lo, como coação ilegal e abuso de poder, risco da demora no julgamento ou a plausibilidade do direito invocado pela defesa.
Os advogados alegavam que, como respondeu ao processo em liberdade e compareceu a todos os atos processuais, o Tribunal de Justiça do Pará não poderia ter decretado sua prisão, pois não há fato novo a justificá-laEm seu voto, Macabu argumentou que o habeas corpus não admite o exame da culpa ou da inocência do fazendeiro, uma vez que é preciso respeitar a soberania do veredicto do Tribunal do Júri.
Dorothy Stang foi morta, com seis tiros, aos 73 anos de idade, no dia 12 de fevereiro de 2005, em uma estrada que dá acesso ao Projeto de Desenvolvimento Sustentável Esperança.
6º Caso Louise
Divulgação
Os acusados da morte da estudante Louise Maeda, em maio deste ano, foram ouvidos pelo Tribunal do Júri de Curitiba, no dia 23 de novembro, onde ficou decidido que os réus Elvis de Souza, de 20 anos, e Márcia de Nascimento serão submetidos a júri popular. A terceira suspeita, Fabiana Perpétua de Oliveira, pediu para fazer exames de sanidade mental e com isso o processo acabou sendo desmembrado, ainda sem previsão de julgamento.
A estudante Louise, de 22 anos, cujo corpo foi encontrado em um banhado junto ao Rio Iguaçu, no bairro Tatuquara, sul de Curitiba, teria descoberto roubos no caixa da loja do shopping onde trabalhava realizados por outras funcionárias e isso teria motivado o assassinato.
Antes de confirmar o assassinato, a polícia trabalhou com as hipóteses de sequestro e, em seguida, de desaparecimento. Louise foi vista pela última vez no dia 31 de maio, após terminar o turno de trabalho à noite, no centro de Curitiba. Segundo o depoimento de uma das meninas, Maeda e os três envolvidos teriam combinado de sair.De acordo com as informações, o namorado de uma delas levou as três até o bairro Campo de Santana e atirou duas vezes na cabeça da vítima. O corpo foi jogado no rio Iguaçu e encontrado por um caseiro, em uma chácara no bairro Tatuquara.
7º Caso João Roberto
Arquivo Pessoal
O ex-policial militar Elias Gonçalves, acusado de matar o menino João Roberto Soares, em 2008, foi absolvido no dia 24 de novembro deste ano, após horas de julgamento. A decisão foi tomada por um júri popular. O acusado se disse inocente e afirmou que na noite da morte do garoto deu apenas um tiro contra o chão.
Na fase de investigações, os PMs alegaram ter confundido o carro de Alessandra Soares, mãe do menino, com o de criminosos que estavam sendo perseguidos. Mas, respondendo às perguntas da Promotoria de Justiça, Elias da Costa disse que mentiu quando respondeu ao processo administrativo por se sentir pressionado pelo outro policial envolvido, William de Paula.
Paula foi condenado em dezembro de 2008 a sete meses de detenção, pelo crime de lesão corporal leve contra a mãe do menino. João Roberto foi atingido quando voltava de uma festa com a mãe e com o irmão, por volta de 19h do dia 7 de julho de 2008. Na época, João Roberto tinha três anos e o irmão apenas nove meses.
8º Crime no motel
Reprodução/Primeiro Jornal
A estudante Verônica Verone, 18 anos, foi condenada na madrugada no dia 25 de novembro a 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado pelo assassinato do namorado, o empresário Fábio Gabriel Rodrigues Barbosa, 33 anos. O crime ocorreu em uma suíte de motel em Niterói, Rio de Janeiro, no dia 14 de maio deste ano. Verônica foi condenada por homicídio triplamente qualificado.
Segundo o laudo pericial, a garota de 18 anos subiu no abdômen da vítima e forçou a sua traqueia.Fábio estava desacordado quando foi enforcado com um cinto. O exame toxicológico confirmou que ele havia ingerido bebida alcoólica misturada com remédios para dormir.
9º Crime da Mega-Sena
Fábio Motta/AE
Após cinco dias de julgamento, a cabeleireira Adriana Ferreira de Almeida, acusada de mandar matar o marido - o lavrador e ganhador da Mega-Sena Renné Senna - foi absolvida pela Justiça. A sentença foi proferida na madrugada do dia 3 de dezembro pela juíza Roberta dos Santos, do Tribunal do Júri no Fórum do Rio Bonito, no Rio de Janeiro.
A Justiça também absolveu a personal trainer Janaína Oliveira e os policiais militares Marco Antônio Vicente e Ronaldo Amaral, o China, por falta de provas. Eles trabalhavam como seguranças na fazenda de Senna. O MP (Ministério Público) informou que vai recorrer da decisão somente no caso de Adriana, o que ainda não ocorreu.
Agora, a viúva de Senna, que chegou a ficar presa durante um ano e meio, terá direito a 50% da herança do milionário. Antes de ser morto, em janeiro de 2007, o lavrador ganhou R$ 52 milhões na Mega-Sena - fortuna que agora já é estimada em cerca de R$ 100 milhões.
10º Caso Janken Ferraz
Reprodução MB/Futura Press
O ex-jogador de futebol Janken Ferraz foi condenado a 22 anos de prisão pelo assassinato da mulher, Ana Claudia Melo. Ele foi considerado culpado pelo júri e cumprirá pena por homicídio triplamente qualificado, por motivo torpe, meio cruel e impossibilidade de defesa da vítima. A setença foi divulgada no dia 7 de dezembro deste ano e o julgamento aconteceu no Fórum Criminal da Barra Funda, na zona oeste de São Paulo.
Em março de 2009, Janken Ferraz aplicou 14 facadas em Ana Claudia, após um surto de ciúmes. O ex-jogador estava preso há dois anos. Ele foi detido pela polícia apenas três dias após o homicídio. Na época ele disse que a morte da esposa teria sido um acidente e que ela não deveria ter morrido.
Com Site Band
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