terça-feira, 8 de novembro de 2011

“O tiro que acertou Gelson Domingos, atingiu nossos olhos.”

Esta frase que intitula este artigo foi escrita em uma faixa que homenageou o cinegrafista, Gelson Domingos, morto no último domingo (06) durante a cobertura de um confronto entre a polícia e traficantes de uma favela no Rio.

De uma riqueza incalculável, a declaração revela aquilo que senti os apaixonados por imagens reais, mesmo que fortes. 

Conhecendo o trabalho do cinegrafista, percebi que o cara era um apaixonado pelo que fazia. Não demorou para me identificar com a fera. Suas imagens, maioria da área policial, sempre denunciaram o que de mais real vive nossa sociedade. A violência urbana que ganha força nas ruas e favelas dos grandes centros; os constantes confrontos entre policiais e criminosos, sempre foram vistos por milhões, através da lente da câmera do Gelson. Com sua morte, nossos olhos deixarão de ver belas imagens.

O que aconteceu com Gelson, pode acontecer com qualquer um que se dispõe a atuar nesta perigosa, mas prazerosa área; jornalismo policial.

A adrenalina e a tensão são os principais elementos que motivam o nosso trabalho. Para quem se identifica com o trabalho, sabe do estou falando. Perigoso, ao mesmo tempo em que prazeroso, é assim é o trabalho de quem cobre eventos policiais.

No decorrer do meu trabalho, voltado para esta área, passei a me apaixonar pela imagem que, em muitos casos, descreve toda uma cena de sinistro ou uma ação policial, razão pela qual arquivo todas as imagens e vídeos capturados em operações policiais e tragédias. 

Que a morte de Gelson não desmotive os bons profissionais da área, responsáveis por grandes reportagens policiais. Que os parceiros da região do brejo, Zé Roberto, Zé de Orlando, Ganso, Juka Martins, Edcarlo Monteiro e tantos outros que, são responsáveis pelas informações da área policial, se mantenham de pé, firmes e fortes, para juntos, denunciarmos e noticiarmos aquilo que aflige a sociedade. Mostrarmos a vida como ela é. 

Que os traficantes e criminosos, “disgraminhas”, não ganhem forças para nos calar.

Vamos com força meu chapa, a notícia nos espera.

Por Júnior Campos

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