Encontrei o CB PM Lindomar nesta segunda-feira (05) no centro da cidade de Belém, enquanto organizava o trânsito que é sempre tumultuado em dia de feira. O CB pediu para dá um alô para seus companheiros de farda que no último dia 03 completaram vinte anos de polícia.
Acredito que mais do que um alô é preciso homenagear estes homens, tantas vezes injustiçados por suas ações. São criticados quando deixam de fazer algo ou quando exageram nas ações, mas nunca são elogiados quando prestam um bom serviço, mesmo sabendo que é obrigação destes.
Quem ver de fora talvez não consiga entender a complexidade que é ser polícia. Na maioria das vezes o homem que, não é super heroi, precisa decidir em segundas que atitude tomar, se dispara ou não, se vai para cima do criminoso ou não e, quando é acusado, a justiça tem meses ou anos para avaliar o caso e muitas vezes condenar o profissional.
CB Lindomar em perseguição à criminosos |
Só entendí esta complexidade quando passei a atuar perto destes homens. Em um ano e meio de trabalho a frente da área policial conhecí militares e civis que não orgulham a tropa, que são corrptus, destes não quero falar, não merecem ibope, mas posso assegurar que a grande maioria que conhecí, fazem valer os salários que pagamos. A estes o meu abraço e minha admiração.
Parabéns ao militares que completaram 20 anos de bons serviços prestados à sociedade paraibana.
Sargento S. Ferreira, CB Balbino, CB Ozaniel, CB Edgerson, CB Borges, CB Damião e CB Lindomar.
Em homenagem a estes guerreiros deixo uma carta escrita por um soldado do estado do Mato Grosso que reflete muito bem a realidade destes homens.
“Enquanto todos dormem, eu estou em lugares inimagináveis, matagais intransponíveis, bueiros fétidos, casas abandonadas, entre outros lugares a que alguém normal se recusaria ir;
Enquanto todos dormem, eu estou em alerta máximo, tentando não apenas defender pessoas que nunca vi, nem mesmo conheço, mas também tentando sobreviver;
Enquanto todos dormem no aconchego de suas casas debaixo dos cobertores, eu estou nas ruas debaixo da forte chuva, com frio e cansado madrugada adentro;
Enquanto todos dormem, eu estou travestido de herói e mesmo não tendo superpoderes estou pronto para enfrentar o perigo, para desafiar a morte e, ‘quiçá, sobreviver’;
Enquanto todos dormem, eu estou dividido entre o medo da morte e a árdua missão de fazer segurança pública;
Enquanto todos dormem, eu sonho acordado com um futuro melhor, com o devido respeito, com um justo salário, com dias de paz, mas principalmente com o momento de voltar para casa e de olhar minha esposa e meus filhos e dizer-lhes que foi difícil sobreviver a noite anterior, que foi cansativo e até frustrante, mas que estou de volta e que tenho por eles o maior amor do mundo.
Esse texto eu dedico a todos os policiais que, como eu, só desejam voltar para casa vivos.
Enquanto todos dormem no aconchego de suas casas debaixo dos cobertores, eu estou nas ruas debaixo da forte chuva, com frio e cansado madrugada adentro;
Enquanto todos dormem, eu estou travestido de herói e mesmo não tendo superpoderes estou pronto para enfrentar o perigo, para desafiar a morte e, ‘quiçá, sobreviver’;
Enquanto todos dormem, eu estou dividido entre o medo da morte e a árdua missão de fazer segurança pública;
Enquanto todos dormem, eu sonho acordado com um futuro melhor, com o devido respeito, com um justo salário, com dias de paz, mas principalmente com o momento de voltar para casa e de olhar minha esposa e meus filhos e dizer-lhes que foi difícil sobreviver a noite anterior, que foi cansativo e até frustrante, mas que estou de volta e que tenho por eles o maior amor do mundo.
Esse texto eu dedico a todos os policiais que, como eu, só desejam voltar para casa vivos.
Alex Oliveira Suzarte"
O Soldado Alex Oliveira Suzarte foi morto após uma perseguição a dois assaltantes na madrugada do sábado, 21 de Janeiro 2012. No entanto, meses antes o Soldado havia escrito uma carta relatando a rotina da profissão policial-militar. Alex entregou a carta para sua esposa que, com a morte do cônjuge, leu-a durante seu velório emocionando amigos e familiares presentes.
Por Júnior Campos
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