segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Reportagem especial. Crack. A vida por R$ 10 reais

Imagem da net


“Eu perdi meu filho.eu to com uma dor na alma tão grande. Metade de mim morreu hoje, foi embora. Metade de mim está morrendo junto.”  Este é o relato de Dona Lourdes, ela perdeu seu filho, Cleiton Raian da Silva de 20 anos de idade. Cleiton foi executado na última quinta-feira (11) em Sapé vítima de disparos de arma de fogo. O jovem tinha envolvimento com as drogas, confirmou a mãe.

No Brasil, estimativas extraoficiais apontam para a existência de cerca de mais de 1 milhão de usuários de crack; é a terceira droga mais consumida no pais. Um número que revela o drama vivido por muitas famílias. Barata e acessível, no início era apenas um flagelo para os pobres, hoje a droga é consumida por todas as classes e idades.

O psiquiatra, Dr. Assis que, desenvolve um trabalho no município de Cacimba de Dentro, na Paraíba, alerta para o que leva os jovens a entrarem neste mundo. A facilidade com que os jovens estão tendo acesso as drogas; seja fugindo da realidade ou seja pela própria fragilidade. O médico acredita que há uma ligação entre as drogas e o aumento de crimes, uma vez que viciado o jovem precisa de recursos para ter acesso as drogas, para isso muitas vezes precisa roubar e até mesmo matar.
Dr. Assis destaca ainda que, os recursos oferecidos pelo governo ainda não são suficiente para o trabalho de enfrentamento das drogas.

Para o agente da polícia civil, Nóbrega que, ao lado do Grupo Tático Especial da polícia civil, tem desencadeado várias operações que tem tirado de circulação traficantes e estourado bocas de fumo em toda região do brejo paraibano, o trabalho vai muito além das ações policiais. “A questão das drogas não é apenas um caso de polícia, eu acho que os governos têm que fazer políticas públicas de saúde públicas, porque o drogado hoje é mais um caso de saúde pública do que de punição, agora, o traficante precisa ser coibido.” Ressaltou.

Na última semana, a Assembleia Legislativa do estado da Paraíba voltou a discutir a construção de políticas públicas de enfrentamento às drogas.

O deputado José Aldemir (DEM) ressaltou a importância de antes da Lei Orçamentária Anual do Estado para o exercício 2012 ser votada na Casa de Epitácio Pessoa sejam, através de emendas, alocados recursos para serem investidos em políticas contra as drogas. “Não se faz uma política pública contra as Drogas sem dinheiro, sem reserva de recursos para esse fim.Cada parlamentar precisa debater com profundidade esse tema, advertindo a sociedade paraibana e aos nossos governantes que é preciso nos unirmos nesta guerra que fragiliza famílias e ceifa vidas”, destacou ele. 
A Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) está convencida de que o aumento do consumo de crack no país e as dificuldades do Estado para oferecer tratamento aos dependentes se transformaram em um grave problema de saúde pública. Ao lançar o Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, o Governo sinaliza que tem a mesma percepção.

O estado da Paraíba recebeu este ano do Ministério da Saúde R$ 100.000,00 (cem mil reais) enquanto que o RN R$ 182.000,00 para o enfrentamento ao crack e outras drogas. mas poucos têm conhecimento da existência deste recurso nos municípios.

De acordo com o portal transparência, os municípios de Caiçara; Logradouro; Dona Inês; Duas Estradas; Lagoa de Dentro; Pedro Régis; Serra da Raiz e Sertãozinho na Paraíba, ao lado de Passa e Fica no Rn, receberam no início deste ano R$ 10 mil reais cada, direcionados ao CAPS, para serem aplicados no Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas.

Já os municípios de Solânea e Bananeiras no brejo Paraibano e Nova Cruz no agreste potiguar receberam, cada, R$ 11.000,00 para aquisição de equipamentos e material permanente.

Os municípios de Araruna e Belém na Paraíba receberam, cada, R$ 11.000,00 para aquisição de equipamentos e material permanente e mais R$ 10 mil reais, direcionados ao CAPS.

Da lista, o município que mais conseguiu recursos foi o de Guarabira, considerado a capital do brejo paraibano. O município recebeu R$ 22 mil para aquisição de equipamentos e material permanente e R$ 31 mil para custeio dos centros de atendimento psicossocial (CAPS).

Onde estão os investimentos? Em que foi aplicado os recursos. Nossa reportagem pergunta; a população precisa saber.

Em contato com a assessoria de comunicação da prefeitura municipal de Passa e Fica, no RN, fomos informados que os R$ 10.000,00 foram aplicados em uma unidade de atenção psicossocial, álcool e drogas, onde acontece uma triagem e posteriormente o encaminhamento do viciado para Nova Cruz, onde de acordo com as informações, há um consórcio entre os municípios de Passa e Fica, Montanhas, Pedro Velho e Novas Cruz.

Os demais municípios citados nesta reportagem não foram contatados, tendo garantido, o espaço para esclarecimentos em nosso blog.

Em maio a Paraíba ainda recebeu R$ 494.386,63 destinado ao reaparelhamento da Delegacia de Repressão a Entorpecente DRE PB, para o fortalecimento das unidades especializadas no combate ao Narcotrafico no Estado e o RN R$ 468.728,32 para reaparelhar as Delegacias de Narcóticos - DENARC do Estado.

Por Júnior Campos

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