Ele devia ter pouco menos de três anos. Era uma criança esperta. Nos braços de sua mãe ele encontrava refúgio e abrigo. Era pequeno e magro. Seus olhos refletiam a luz da esperança.
Como uma forma de passar o tempo, sua mãe costumeiramente ia até uma 'budega' de um amigo que ficava há poucos metros de sua residência.
"Eu chegava com ele nos braços. Aí ele dizia, 'pipoca mãe'. Eu dizia que não tinha dinheiro para comprar a pipoca, mas ele não entendia. O colocava de volta nos braços e voltava para casa. Minutos depois eu pensava que ele tinha esquecido e retornava para a budega. Ele voltava a pedir a pipoca. E mais uma ves tinha que ir para casa. " Narra a mãe da criança.
Alguém sabe me dizer quanto custa uma pipoca? Pois é, esta mãe não tinha dinheiro para comprar uma pipoca para o seu filho.
A história é simples, mas tem um significado grandioso na vida daquele que de criança se tornou um homem.
Hoje nós comemos pipocas lá em casa e damos risadas.
Me sinto muito a vontade, amigo internauta, para dizer que esta é um pouco da história de Júnior Campos. E toda as vezes que vejo uma criança pedindo algo para sua mãe/Pai, acredite, me vejo nela.
A experiência de estar nas áreas carentes das cidades por onde passo me faz ser mais humano. Me faz entender que esta vida não me pertence. Que o que me falta hoje, posso ter amanhã, e que o que tenho pode, me faltar amanhã.
Minha história se confunde com mil e tantas histórias e sei que muitas daquelas crianças que encontrei hoje na quadra I, um dia poderão dar muitas pipocas para outras crianças e serão o orgulho de suas famílias. Hoje eu posso comprar pipocas e sei que minha conduta tem dado orgulho para minha família.
Outra experiência. O sorriso de uma criança que recebeu um simples brinquedo de minhas mãos nesta quarta-feira (12) rejovelheceu 20 anos minha alma.
Pode parecer piada, mas no mometo em que escrevo este artigo, estou comendo uma pipoca e sujando minhas mãos com o sal. Alguém quer pipoca?
Por Júnior Campos
1 comentários:
Esse amigo me mata de orgulho... Li seu texto com lágrimas no olhos... Grande abraço... querido!!
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