Líderes da Câmara se manifestaram nesta terça-feira (22) sobre as denúncias de irregularidades no Programa Segundo Tempo, do Ministério do Esporte. A oposição quer mais investigações da Polícia Federal, do Ministério Público e do Tribunal de Contas da União (TCU).
Reportagem publicada no último fim de semana pelo jornal "O Estado de S.Paulo" descreve organizações não governamentais (ONGs) de fachada criadas para gerir os projetos do Segundo Tempo, núcleos esportivos abandonados e suposto desvio de verbas para financiar candidatos do PCdoB, partido do ministro do Esporte, Orlando Silva.
O líder do PSDB, deputado Duarte Nogueira (SP), afirmou que não está acusando Orlando Silva de envolvimento em irregularidades, mas cobrou informações do Ministério do Esporte e da Polícia Federal. "Estamos pedindo ao Ministério da Justiça que requeira à Polícia Federal quais foram as medidas, as investigações e os resultados quando as primeiras denúncias surgiram no Ministério do Esporte por uso de ONGs ligadas ao Partido Comunista do Brasil, e que precisam ser esclarecidas."
O PSDB também informou o envio de requerimentos para que o Ministério e o TCU aprofundem as investigações sobre as denúncias publicadas.
Fiscalização
O líder do PCdoB, deputado Osmar Júnior (PI), rebateu as denúncias de favorecimento do partido e afirmou que as ações do programa já foram fiscalizadas. "Esse programa tem sido auditado pelo Tribunal de Contas da União ao longo da sua existência e tem sido feito também o controle a partir da Controladoria-Geral da União. Não vejo, portanto, necessidade de uma investigação especial, na medida em que o próprio Tribunal de Contas já tem feito esse trabalho ao longo dos últimos anos."
Já o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse que os órgãos do governo vão investigar as denúncias sobre ONGs de fachada, mas ressaltou que a maioria dos contratos do Programa Segundo Tempo são feitos com os estados e as prefeituras.
"Boa parte desses recursos estão sendo destinados a prefeituras, ao Sesc, ao Senai e a outras entidades que têm serviços prestados e que são de uma conduta ilibada. Até agora, não foi provado absolutamente nada", disse Vaccarezza.
No último domingo (20), o Ministério do Esporte enviou carta ao jornal "O Estado de S.Paulo" em que rejeita as acusações de irregularidade no Programa Segundo Tempo. Leia a íntegra da carta.
O Programa Segundo Tempo foi criado em 2003 com o objetivo de levar atividades esportivas para crianças e jovens das periferias.
Reportagem - Daniele Lessa/Rádio Câmara
Edição - Pierre Triboli
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