sexta-feira, 22 de abril de 2011

"Sexta da paixão" ou "sexta do amor" ?

Eu queria muito, de verdade, escrever sobre a paixão de cristo. Mas sou traído pelo significado da palavra “paixão.”

De acordo com o conceito, “a paixão (do verbo latino, patior, que significa sofrer ou suportar uma situação dificil) é uma emoção de ampliação quase patológica. O acometido de paixão perde sua invidualidade em função do fascínio que o outro exerce sobre ele. É tipicamente um sentimento doloroso e patológico, porque, via de regra, o indivíduo perde a sua individualidade, a sua identidade e o seu poder de raciocínio.” (Wikipédia)

Olhando por esta ótica, até que dá pra concordar que esta sexta, seja mesmo a sexta da paixão de cristo.

Mas vamos adiante.

De acordo com o mesmo site, Wikipédia, a paixão pode ultrapassar barreiras sociais, diferenças de formação, idades e gêneros. A paixão completamente correspondida causa grandiosa felicidade e satisfação ao apaixonado, pelo contrário qualquer dificuldade para atingir essa plenitude pode trazer grande tristeza pois o apaixonado só se vê feliz ao conseguir o objeto de sua paixão.

A paixão é uma patologia amorosa, um superlativo fantasioso da realidade sobre o o outro, tendo em vista que o indivíduo apaixonado se funde no outro, ou seja, perde a sua individualidade, que só é resgatada quando na presença do outro. Com o passar do tempo, essa intensidade de fusão vai se esvaindo, tendo em vista que a paixão é uma idealização mítica do outro. Quando o apaixonado começa a perceber que essa idealização, com o passar do tempo, foi equivocada, porquanto o outro não se comportava dentro do perfil de expectativas idealizado miticamente pelo apaixonado, é gerada uma intensa frustração, que passa a ser vivenciada com intensa irritabilidade pelo então apaixonado. Desta forma, o apaixonado vai percebendo o equívoco que cometeu, pela recorrência das frustrações no tocante às suas expectativas fantasiosas pelo outro, objeto da paixão e o processo começa então a regredir, a se inverter, com a paulatina volta e reforço da identidade do ex-apaixonado, que passa a enxergar o outro como ele realmente é, o que, via de regra pode até gerar um sentimento inverso de extrema repulsa, pelos sofrimentos suportados.

Existem pesquisas científicas nesse âmbito, que mostram que a paixão, apesar de intensa e arrebatadora, é um sentimento passageiro. Estima-se que a mesma não dure por mais de quatro anos. Adolescentes estão mais sujeitos a apaixonarem-se, devido ao pouco conhecimento de mundo entre outras coisas, o que não significa que pessoas de maior idade não estejam passíveis de tal sentimento. O que ocorre é que a pessoa adulta, por ter maior conhecimento de mundo, por ter vivenciado maiores experiências, não estará tão sujeita a perder a razão e deixar-se dominar pelo peso do sentimento.

E por esta ótica? O que causou a crucificação de cristo, foi mesmo a paixão? Se assim sendo, não estaríamos enganados quanto ao sentimento existente hoje por Jesus a nós?

Vamos mais um pouco adiante.

De acordo com o conceito, “a palavra amor (do latim amor) presta-se a múltiplos significados na língua portuguesa. Pode significar afeição, compaixão, misericórdia, ou ainda, inclinação, atração, apetite, paixão, querer bem, satisfação, conquista, desejo, libido, etc. O conceito mais popular de amor envolve, de modo geral, a formação de um vínculo emocional com alguém, ou com algum objeto que seja capaz de receber este comportamento amoroso e enviar os estímulos sensoriais e psicológicos necessários para a sua manutenção e motivação.” (Wikiédia)

Vamos para por aqui. Não é minha intensão confudir as suas ideias, só questionar sobre o conceito, ‘sexta-feira da paixão’.

Sou fiel a ideia de que o que motivou cristo a sua crusificação, foi o “amor”. Por isto, acredito fielmente que, se vivo hoje, Jesus se entregaria novamente a crusificação. Por amor a mim e a você.

Por Júnior Campos

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