O ex-deputado Gilvan Freire (PMDB) escreveu um artigo no qual fala do "feitiço" do peemedebista pelos cargos e influência deles decorrentes. O advogado também compara Zé a um "Matusalém jovem e saudável".
Maranhão: idade, feitiço e Poder.
Gilvan Freire
Zé Maranhão não morreu eleitoralmente. Na política, diferentemente da guerra, as pessoas morrem várias vezes, disse um sábio mineiro. Maranhão ainda não morreu todas.
O que mantém Maranhão vivo não é a idade, é o Poder. A expectativa de vida, no Brasil, está chegando à casa dos 75 anos, mas todos sabem que ninguém será tão longevo quanto Matusalém, que não transmitiu seu controverso DNA (não há certeza que tenha vivido 400 anos) aos descendentes. Maranhão já passa dos 75. Essa idade é também controversa, mas nada prova que seja muito aquém.
Maranhão é um Matusalém jovem, saudável, que tomou por empréstimo o DNA de Miguel Arraes, que também lhe emprestou o apetite pelo Poder. Ou seja, o empréstimo de Pernambuco veio completo.
O Poder não é afrodisíaco – "que aumenta ou estimula o apetite sexual", como pregam os libidinosos. Se fosse, não teria o que aumentar nas pessoas mais idosas. O Poder é mesmo fascinante, mágico. É puro feitiço. É encantador. "Encanto", que é um atributo do Poder, significa ´transformar pessoa em outro ser por meio do feitiço´.
Quando fita o Poder, ainda que possa estar distante como os Andes, Maranhão se transforma. Fica enfeitiçado. Isso é mágica. É feitiçaria.
Agora, muito mal saído de uma derrota inexplicável até para os bruxos, Maranhão retoma o palanque. Aparece inteiro, quatro meses depois que tropeçou nas próprias pernas. É como se estivesse num spa tomando Red Bull e treinando paciência e boxe.
Foi Ricardo Coutinho que o chamou ao ringue, acusando seu governo de haver destroçado o Estado. A luta agora não é mais por votos, é por números, e Ricardo provou não ser bom de tabuada. Maranhão, que há ¾ de século faz conta "de cor e salteado", aproveita-se dos erros aritméticos do inimigo e embaralha as quatro operações.
Pode ser que ninguém tenha certeza alguma quanto aos números até agora discutidos, mas, pelo menos, Maranhão já demonstrou que os números de Ricardo não são verdadeiros.
Os números sempre fizeram parte do Poder. Maranhão pegou o cavalo que passava, pôs a sela, colocou os números na algibeira e partiu. Não para procurar o Poder em suas fazendas, mas para achá-lo no território onde possui domicílio eleitoral. No lugar onde mora. E Ricardo já o convenceu, não faz tempo, de que o improvável acontece.
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