Foi realizada na
manhã desta segunda-feira (18), a Operação Gabarito, da Polícia Civil.
Este trabalho consiste em apurar denúncias sobre possíveis fraudes em
resultados de concursos públicos. Três cidades são alvos desta Operação,
João Pessoa, Caldas Brandão e Guarabira.
O Ministério Público da Paraíba (MPPB), a
Controladoria-Geral da União (CGU) e a Polícia Civil deflagraram, na
manhã desta segunda-feira (18), a operação “Gabarito” para desarticular
um esquema criminoso de fraude em concursos públicos, no município de
Caldas Brandão (ha 60 quilômetros de João Pessoa).
A
Comarca de Gurinhém expediu seis mandados de busca e apreensão e quatro
mandados de prisão temporária contra o dono da empresa Metta Concursos e
Consultoria Ltda., o presidente e os membros da Comissão Permanente de
Licitação da Prefeitura de Caldas Brandão. Eles são acusados de cometer
crimes de frustração do caráter competitivo, formação de quadrilha,
falsidade ideológica e corrupção ativa e passiva. A pena para esses
crimes chegam a 21 anos de prisão.
Os
mandados de busca foram cumpridos nas sedes da prefeitura, da
empresa Metta e nas residências dos integrantes da Comissão de Licitação
e dos sócios da Metta.
Investigações
As
investigações foram feitas pelo Grupo de Atuação Especial Contra o
Crime Organizado (Gaeco) do MPPB e partiram de denúncia feita pela
Promotoria de Justiça de Gurinhém, que tem a frente a promotora Jaine
Aretakis Cordeiro Didier.
Foi
constatado que o esquema criminoso fraudava licitações, dispensas e
inexigibilidades de licitação e concursos públicos destinados à
contratação de profissionais da Estratégia Saúde da Família (também
chamada de Programa Saúde da Família ou PSF) e de programas federais,
como o de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), Bolsa Família,
Programa de Atenção Integral à Família do Centro de Referência
Especializado em Assistência Social (Paif/Creas) e Projovem, além de
outros cargos do quadro do município.
“São
situações que, além de constituírem crimes capitulados na legislação
pátria, causam dano ao erário e atentam contra os princípios da
legalidade, impessoalidade e da moralidade administrativa”, disse o
promotor de Justiça que coordena o Gaeco, Octávio Paulo Neto.
Participam
da operação cerca de 50 policiais civis, seis servidores da CGU e os
promotores de Justiça responsáveis pelos procedimentos.
“Cartas marcadas”
O
MPPB constatou que a Prefeitura de Caldas Brandão realizou, em 2011,
pregão presencial para contratar empresa responsável em realizar
concurso público. Três empresas participaram da disputa: a Metta, a ASSP
- Assessoria e Planejamento Ltda e a Concsel Concursos e Seleção de
Pessoal Ltda.
As
investigações demonstraram a ocorrência de fraudes na licitação vencida
pela empresa Metta e fraudes ocorridas na operacionalização do concurso
público, através de acordos ilícitos para o ingresso de pessoas no
serviço público por meio de pagamento de propina e da concessão de
favores. O esquema era comandado pelos sócios da empresa.
Para
garantir que pessoas indicadas por integrantes dos poderes Executivo e
Legislativo fossem aprovadas no concurso (a fraude era feita com o
recebimento prévio da assinatura e da impressão digital dos
“apadrinhados” em gabaritos adulterados com respostas preenchidas pela
própria empresa), o processo de licitação era burlado para que, ao
final, houvesse a escolha e a contratação da empresa Metta.
Segundo
a promotora de Justiça Jaine Didier, todos os procedimentos de
contratação dos exercícios de 2011 e 2012 realizados pelo Município de
Caldas Brandão (o que abrange as licitações, as dispensas e as situações
em que houve inexigibilidade de licitação) serão investigados, com o
apoio da CGU.
O
MPPB e a CGU também vão investigar todas as contratações de empresas
para realização de concursos públicos pelos municípios paraibanos em que
a empresa Metta tenha sido declarada vencedora.
GUARABIRA-PB
Na capital do Brejo, a Polícia
juntamente com a Controladoria Geral da União cercaram e invadiram a
empresa Metta Concursos & Consultoria, localizada na Rua João
Benevides, no Bairro Novo. No local foram apreendidos documentos,
monitores e CPUs, afim de encontrar informações de irregularidades a
cerca de concursos realizados por esta empresa.
Vizinho ao prédio da empresa,
localizava-se a residência do empresário Almir Pina, dono da Metta e
principal alvo das investigações. Alguns familiares também residem na
mesma rua e tiveram suas casas invadidas pela Polícia. Na casa do
empresário foram encontrados, entre dinheiro em espécie e cheques, uma
quantia de R$ 400 mil reais.
De acordo com o Delegado Iasley de
Almeida, comandante da Operação, após a chegada da Polícia e dos
técnicos da CGU, Almir Pina tentou se livrar de alguns documentos
jogando-os pela janela, mas não obteve sucesso, pois os papeis foram
apreendidos. A prisão do dono da Metta se dá pela efetuação de um
mandado de prisão.
Em entrevista a imprensa, o advogado do
empresário, o Dr. Paulo Rocha, negou as acusações contra o seu cliente.
Ele afirmou que Almir será conduzido para Campina Grande, onde será
interrogado pelo Del. Iasley e ficará preso por cinco dias.
Com MPPB e Nordeste1
1 comentários:
isso é o crime organizado.
toda quadrilha deveria ir preso inclusive o PREFEITO, deveria ser casado.mas as veses a culpa fica apenas nos secretarios do prefeito...
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